Quem nunca se deparou com alguém mais velho que dizia: “Ah, como sinto falta da minha juventude, essa época sim eram os bons tempos”? A verdade é que ao passar dos anos, as pessoas passam a se vangloriar da época em que eram mais jovens, pois a tendência é considerar a nova geração deficiente.
Talvez seja verdade, às vezes é possível reparar uma sensação de que a qualidade na cultura esteja piorando, novos ídolos surgem que antigamente jamais teriam sucesso, surgem novas tendências que a pessoa não entende. Com esse sentimento nostálgico, existem os admirados das tendências antigas, os amantes do retrô.
A arquiteta e paisagista Daniela Cristina confessa que ainda possui alguns acessórios antigos. “Ainda tenho em casa um cubo mágico, scarpin vintage, delineador gatinho, objetos novos, mas que representam as tendências dos anos 50 aos 80.


O publicitário e músico Joaquim S. Neto relata que possui iPod, CDs, mas a verdadeira paixão são os discos vinil, e gostaria que outras coisas voltassem a ser apreciadas. “Ouvir um vinilzão, filmes B de baixo orçamento e cinemas longe do shopping”, diz o músico.
Mas os admiradores do retrô não são apenas os que vivenciaram a outra época. É possível se deparar com jovens que sabem mais de Beatles que nossos próprios pais, pessoas que se vestem de acordo com a moda dos anos 50 e 60. Mas Joaquim explica esse comportamento: “Não vejo valorização, vejo as pessoas que sentem falta de uma boa época em suas vidas, mas dizer que isso é retrô para mim é estranho. A moda sempre muda e voltam coisas interessantes. Mas o que ganha destaque mesmo são as coisas bregas de cada época, veja que agora o RPM tenta mais uma vez voltar a ser uma banda”.
E para quem tem dúvidas se algo é retrô ou vintage, Daniela explica a diferença. “Vintage é algo antigo que fez sucesso em uma determinada época e que de certo modo ainda vive, digamos assim. Já o retrô seria um lançamento, a releitura de algo influenciado por uma peça vintage, totalmente repaginados. Aqui não se trata unicamente de moda e bobagens fashions, mas é relativo a tudo”.
Por Marcela Seabra
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